A Longevidade maior está revolucionando nosso comportamento e qualidade de vida. E hoje é a mulher, não o homem, que está no epicentro dessa REVOLUÇÃO social, sexual, profissional e emocional. Mulheres acima dos 50 anos estão assumindo o protagonismo na mudança de hábitos e na implosão de padrões. Parte das 60+ aparece – com mais força ainda – levando a bandeira da libertação de imposições sociais, sejam nas relações, na aparência e/ou figurino. Definitivamente, a imagem da cinquentona do tempo de nossas mães ou avós não é mais a mesma.
Claro que existem (e resistem) as cobranças de juventude eterna e dos papéis de cuidadoras da família. O machismo estrutural, ainda muito forte e presente em múltiplas esferas, mantém desigualdades salariais e de oportunidades, aprofundadas pelas camadas de raça, classe social, local de moradia… Mas crescem as redes de apoio para viabilizar a ocupação dos espaços na sociedade. O avanço da medicina e da tecnologia entrega mais vigor e saúde à essa mulher. Nesta fase, os filhos estão em idade mais independente e ela procura voltar a si mesma. Sempre que pode, investe nas atividades que lhe dá prazer e em cuidados com o corpo para manter a vitalidade. Mais segura e bem-resolvida, a mulher 50+ está se reinventando, quebrando os limites impostos a ela ao longo de muitas gerações. Com bastante energia, começa a se libertar das necessidades de aprovação, pelas quais passava com pais, maridos, ou mesmo filhos e chefes. Arriscar-se no empreendedorismo, almejar nova carreira ou uma promoção é escolha dela. Assim como assumir rugas ou cabelos brancos … Ser verdadeiramente dona do próprio nariz, do corpo e alma, é conquista de muitas e direito e aspiração de todas.
Ela não aceita mais que lhe digam quais são as regras.
Empoderar-se da própria idade faz parte do universo feminino maduro.
São agentes de ponta no combate ao etarismo, justamente derrubando estereótipos.
São cientes de seu lugar de liderança – possível e desejável – e começam a reivindicá-lo com mais força. São um mercado consumidor gigantesco e querem se ver representadas. As 50+ e 60+ estão fazendo com que marcas repensem marketing e endereçamento de produtos, notadamente nos setores de moda, beleza e saúde, mas também no de turismo, mercado automotivo, imobiliário e de finanças!
O ensaio Um Planeta Mais Vazio, da Ipsos, terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo, chama a atenção para o poder feminino como macrotendência de futuro próximo: “À medida em que a população envelhece, torna-se mais feminina. Um dos segmentos emergentes mais significativos do mercado serão as mulheres idosas. Elas serão a maioria e terão os recursos financeiros para ter um impacto significativo no mercado comercial e político. Atores desses mercados precisam descobrir como apelar para este segmento emergente.” (2021)
Um exemplo dessa potência é a Lista 50 Over 50, que a Forbes lançou em 2021 com a plataforma Know Your Value. E que saiu também agora em 2022. O objetivo é lançar luz sobre mulheres que estão mostrando seu poder com 50, 60, 70 anos ou mais. Não deixam as expectativas sociais ditarem suas linhas do tempo profissionais e rejeitam a equivocada crença convencional de que seus melhores anos ficaram para trás.
“As mulheres 60+ valorizam duas coisas, principalmente: a liberdade de não se preocupar com a opinião dos outros e de viver a própria vida, a partir da própria vontade; e o tempo, porque dizem que, após cuidar a vida inteira de todo mundo, agora é hora de cuidar delas mesmas, em primeiro lugar. Então essa mudança de foco e essa valorização do tempo para ela mesma é uma grande revolução.” (Mirian Goldenberg).
São poderosas influenciadoras das amigas/namoradas/parceiras de trabalho, que compartilham dos mesmos valores de autoafirmação e liberdade. Tanto nas escolhas de compra, como no estilo de vida.
São influenciadoras também nas ações da família, no comportamento e até no cuidado com a saúde dos homens com quem convivem, companheiros/maridos /pais/filhos. Historicamente, as mulheres sempre foram mais ao médico e respeitaram as recomendações pra uma rotina mais saudável. Não à toa, já vimos algumas campanhas institucionais de prevenção ao câncer de próstata, por exemplo, utilizarem o apelo feminino para a busca de atendimento e tratamento por parte dos homens.
Pegaram a visão?
É o FEMINIPOWER!
Marcia Monteiro é jornalista, fundadora da Geração Ilimitada®️ e pesquisadora de tendências da Nova Longevidade